sexta-feira, 27 de julho de 2007

simples assim

Tirei a caneta do bolso e escrevi teu nome na minha mão. Bem grande. O vento e o cheiro do mar me consumiam - o fogo em mim crescia - e teu nome estava ali para quando eu quisesse lembrar de como o dizes, assim tão doce que dá vontade de te beijar.

Vi nos meus garranchos a tua boca se mexendo, as sílabas se formando por entre os dentes. Então entendi que não me agrada esse teu batom - ele funciona como um filtro artificial - artificial - artificial - como é feia essa tua boca sexy.

Decidi de repente que preciso me livrar logo de ti. Eu quero o que é verdadeiro, sem batom e sem artifícios. Preciso me livrar de ti, e é pra já. Cuspo na mão e esfrego, esfrego teu nome fora da minha pele, do meu corpo. Tu és agora apenas um borrado ilegível de um rascunho. E então tenho as mãos vazias para novas palavras.

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