domingo, 1 de julho de 2007

voltando a mim

O toque do telefone me acorda. Vingança: não atendo. Olho pelo visor e não reconheço o número. Menos mal. Tomo banho. Gosto do perfume do sabonete. Mas meu corpo está transparente como o de Chihiro e não há nenhuma comida mágica em casa que possa devolver-me as forças. Vou ao supermercado. Centenas de pessoas fazem compras no primeiro dia do mês. Eu também. Sou operária. E no meu único dia de descanso semanal, gasto metade do tempo voltando a mim. Ou, pelo menos, tentando.

3 comentários:

Anônimo disse...

Uau!
Adoro seu blogue.

ass:
Brock

Kátia Borges disse...

É incrível como ocupar o tempo acaba exigindo um exercício que vai além do humano. Belo texto!

Simone Iwasso disse...

somos todos pequenas formigas que sonham que são grandes formigas. amei o texto, estou de volta! um beijo