A chuva recomeça, mas quem está no ponto de ônibus tem receio de se abrigar sob o teto da padaria e perder a condução. "Aí eles passam e não vêem a gente", diz uma senhora de pele feia e amarelada pela luz do poste, e se fecha dentro de um casaco. "Você é corajosa", elogia um negro careca, ao lado dela, sob os pingos cada vez mais grossos de chuva. Da casa em frente, um casal bem jovem sai correndo de mãos dadas pela calçada. Pouco depois, volta na direção contrária, e quando teriam de pular uma grande poça, o rapaz, num átimo, pega a menina no colo, salvando-a de molhar os pés. Ela dá um gritinho agudo, "Ááá!" , e depois se reequilibra com certa dificuldade sobre saltos de plástico, estilo melissinha, olhando para baixo.
2 comentários:
e
o
que
sentimos
desfaz
o que
faz sentido.
:o]]
vc é jornalista tmb? Um grande abraço e vida longa.
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