"Quatro dias dentro de um copo com água - e as flores de boldo estão cada vez mais vívidas, em seus liláses entremeados de azuis e branco. Surpreendente! Nem mesmo as rosas possuem tamanha resistência; e se fossem cravos ou uma gérberas, talvez já teriam murchado." Érica pensa em tudo isso enquanto revive o momento da descoberta. Foi em um dia intenso e cansativo: ela pôde sentar-se sem pressa diante do canteiro da erva e entregar-se à contemplação, alheia a qualquer julgamento. Passou um homem e alertou: "quer que pareça que você é louca?", mas ela não ouviu nada. Escutava a respiração do boldo e tentava acompanhar o ritmo e a intensidade daquela existência. Queria ser uma flor de boldo. Para sempre.
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