sexta-feira, 20 de julho de 2007

ladeira da preguiça

Boca escancarada, hálito fétido, olhar fixo para dentro do meu. A mulher sentada na soleira da porta do mausoléu tem uma patologia mental bem específica, é certo - mas os padrões da normalidade não subiram a Ladeira da Preguiça. Das pedras mal colocadas no chão aos telhados de jardins da Babilônia, das bocas de loucas aos pés dos santos que ali vivem, em tudo há mistério, malandragem, mandinga, maluquice, medo. Ainda são duas e meia da tarde, mas a sombra toma conta da rua. Vejo um velho branco de camisa regata à janela. Em seu rosto, já é noite.

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo e pungente recorte. Parabéns. Aquele abraço. H