Sopra o vento. Sopra forte e bagunça a estante onde estão empilhadas as certezas.
Quem está na na sombra, sente frio e se esconde em cavernas e cobertores. Assim o vento entra por um ouvido e sai pelo outro, deixando no meio da cabeça um zumbido de dúvida-do-que-não-foi e uma poeira fina de esse-aí-sou-mesmo-eu que gruda em todas as conexões neurais.
Quem decide dar um passo adiante, seguindo a direção do vento, leva um choque porque perde o conforto do escuro. Se souber esperar, sentirá o sangue a circular rápido pelas veias, o sol a esquentar a pele. E o vento se transformará em abraço de todas as células do corpo.
(Ao menos, é o que dizem os romances.)
Filha
Há 3 meses
3 comentários:
lindo..."em abraço de todas as células do corpo"...agora sei de sua existência.
Já estava sentindo sua falta!
Com abraços de todas as células do corpo,
Renata
Eu ia dizer o mesmo sobre o "abraço de todas as células do corpo". Temos o mesmo gosto, Rodrigo, por que será?
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