quarta-feira, 29 de agosto de 2007

sem alma

Enterrou a própria alma no último domingo. Foi ao velório sozinho, porque ninguém percebeu. Levou flores para si mesmo e chorou como criança. Depois secou as lágrimas e seguiu adiante sua vidinha de sempre. Agora o corpo sem alma perambula mecanicamente por aí como se nada tivesse acontecido: come bebe dorme mija defeca telefona fala escreve paga compra sente frio vai ao banco e até sorri quando diz 'bom dia, como vai' para os colegas da megaorganização supranacional onde trabalha.

5 comentários:

Anônimo disse...

é solidão, morrer e enterra a própria alma.

anjobaldio disse...

Às vezes é incompreensível abortar a própria alma.

Rodrigo Lopez-Balthar disse...

eu e minha alma vendida dizemos bom dia a torto e direito... condição para viver com o Outro

Anônimo disse...

que legal, uma baiana por aquí ;)
e tu és joranlista... adorei teu blog =*

Tiago disse...

Adorei tuas notas mínimas, escritos interessantes. Este post aqui com uma atmosfera meio Nelson Rodrigues.

Abs.