Um mantra ecoa nas notas (musicais) de Katherine Funke: viver cada instante em si, com o tempo que lhe é próprio, sem se deixar arrastar pela velocidade imposta pelo cotidiano.
A escrita como uma ferramenta de aperfeiçoamento do ser produz “palavras-cantigas de ninar” (“Kappus, hoje”).
Katherine captura o mundo com um olhar distanciado, mas deixa sua marca pessoal com a desmontagem das máquinas indutoras de automatismos da percepção.
Uma sabedoria selvagem emerge destes aforismos, microcontos, crônicas em cápsulas e minirreportagens poéticas.
Neles, a escritora constrói um retrato do tempo como uma viagem na qual somos todos “efêmeros passageiros suspensos na direção de seus destinos, seus acasos, seus passados, seus futuros” (“Congonhas”).
“Notas mínimas” se insere na tendência, que veio para ficar, de trabalhos literários testados primeiro em meio eletrônico e, sucedaneamente, editados em livro.
* O poeta e jornalista
Wladimir Cazé publicou “Microafetos”, "Macromundo" e folhetos de cordel. Esta é a orelha do livro "notas mínimas" (Solisluna Editora, 2010). Mais informações neste blog, ou no
Histórias da Katherine .
Um comentário:
Cazé parece ter captado a essência do livro, que ainda não li.
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