domingo, 15 de julho de 2007

um dia cheio

Cerca de 348,5 descobertas de vazios e de preenchimentos cabem no mesmo dia. Abro uma cerveja, pelo quinto gole reencontro o amargo de ontem e jogo metade fora. É assim com os pensamentos, a gente aprende a dispensar os mais podres e incômodos para encher a alma de mentiras. Às vezes, julgando-me forte, eu os encaro e engulo até a última gota. Então o relógio marca as distâncias entre os minutos no mesmo tic tac de sempre - mas cada segundo passa a ser tão intenso que amadurece a visão e envelheço mais de quatro mil anos em uma hora.

4 comentários:

Anônimo disse...

Um dia comporta três garrafas de vinho. De nacionalidades diversas, preferencialmente. Trata de rejuvenescimento, o silêncio, nosso irmão. Seco, seco. Depois, a saudade do pote. Não sei. E por incrível que pareça é noite. Aí vai um abraço: Carlos Barbosa.

Anônimo disse...

A vida apenas, sem mistificação, como diria o velho Drummond. Bela e pungente reflexão, minha cara. Aquele abraço. Thiago.

aeronauta disse...

O tempo e seus flagelos psíquicos. Profunda reflexão.
P.S.: obrigada pelo poema drummondiano num domingo sem problemas. Um abraço.

Muadiê Maria disse...

"mentiras sinceras me interessam."