Como sempre, os olhos verdes de Seu Rodolfo salvam a mocinha do pesadelo. Ele não tem culpa das minhas paranóias. Percebo-o cem quilos mais leve do que meu lado esquerdo do cérebro.
- Escuta, estão soando os primeiros acordes de People are Strange, do The Doors...
(Legal é que, mesmo aos 70 anos, Seu Rodolfo costuma perguntar o nome de alguns discos e anota a resposta. Depois vem me dizer o que achou das outras músicas. Esse do Doors ele já conhecia. Que barato.)
Sirvo a cachaça bem lentamente, uma dose para ele e outra pra mim. Não brindamos nem bebemos juntos, mas há um sentimento de companheirismo entre nós. O cliente parece nervoso.
- O senhor está com algum problema?
Filha
Há 3 meses
2 comentários:
Kath, querida!
Adorei seu texto! Parabéns!
Beijos,
Renata
Você precisa publicar logo seu livro de contos! Merecem um livro, já.
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